sábado, 26 de abril de 2014

Recaída aleatória


      A luz da lua cheia está invadindo a minha janela e iluminando meu quarto. A última vez que ela esteve tão grande e intensamente luminosa você ainda pertencia a mim.
       Me faz voltar no dia em que ficamos deitados naquele banco, em silêncio, escutando a respiração um do outro e observando a simetria das estrelas numa noite qualquer de outono.
      Tanta coisa mudou desde então. Agora seu riso tem outros motivos e pertence à outra pessoa. Seu sorriso torto continua lá, a maldita marca registrada que não pertence mais ao mesmo, mas a outro você.
      Agradeço por te ver por aí e não sentir o chão se despedaçando como senti milhares de vezes, o que quase significa que te superei. Não sinto mais sua falta, sinto falta do você no passado. No você que não existe mais, aquele você meu.

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